terça-feira, 26 de março de 2013

A caravana dos desgraçados

Vazia de amor, de gozos , de venturas ,
eu vou por este mundo em fora,
colhendo
as flores negras dos jardins fechados da felicidade,
sem o sorriso e  o olhar dulcíssimos  de um filho ,
qual farol divino, bem-aventurado,
iluminado
entre as espessas cerrações dos desenganos ,
a estrada dolorosa que palmilho ,
carregando
o fardo ingrato e pesadíssimo dos anos !

O tempo foge, impiedosamente,
no carrossel fantasmagórico do sonho ,
da alegria e da paz, do ideal e da esperança . . .
Com a alma em pedaços e o coração descrente ,
eu naufrago , como um barco de cristal,
ao sabor das ondas do ódio e da traição ,
nas tempestades trágicas do mundo ,
sem músicas, sem aromas , sem bonança!

Contemplando
o espetáculo estranho da vida ,
no palco tragicômico do mundo ,
ora sorrindo , entre espinhos da dor ,
ora chorando , entre as rosas do amor ,
eu vou seguindo desolada e triste ,
a jornada heróica, transfiguradora,
da caravana seminua, semimorta ,
dos desgraçados!

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